O desenvolvimento da Trombocitopenia Imune em cães é muito semelhante como ocorre em humanos. Atualmente, é utilizado como tratamento para PTI em humanos, o medicamento com base de proteína de fusão ou pepticorpo.
Assim, trouxemos este breve resumo de um estudo aplicado pela BMC Veterinary Research, aonde foi realizado testes em cinco cães diagnosticados com PTI, e obtiveram interessantes respostas com o tratamento de pepticorpo.
A Trombocitopenia Imune (PTI)
A Trombocitopenia Imune é uma doença hemorrágica e autoimune em humanos, aonde ocorre destruição imunomediada de plaquetas e prejudica a trombopoese – formação de plaquetas na medula óssea.
Da mesma forma que os humanos contraem essa doença, os cachorros desenvolvem a PTI de forma espontânea ou a partir de doenças infecciosas ou neoplásticas. E o seu diagnóstico, em ambas espécies é baseado na exclusão de causas conhecidas ou doenças subjacentes.
Tratamento para PTI
Atualmente, as opções de tratamento para Trombocitopenia Imune em humanos e cães são as mesmas. É feita a administração de corticoides e, são geralmente conhecidos como tratamento de primeira linha em pacientes humanos e cães afetados. Entretanto, o efeito dos esteroides não é previsível nesses casos.
Estima-se que 2/3 dos pacientes humanos conseguem alcançar uma resposta completa ou parcial com corticoide, embora uma alta proporção de pacientes busquem terapias alternativas. Da mesma forma, o tratamento com esteroides em cachorros pode permanecer ineficaz, causando, além disso, reações graves.
Ainda não há uma definição concreta de um tratamento de segunda linha para cães, podendo ser inclusas como opções: transfusões de plaquetas e altas doses intravenosas de imunoglobulinas (IVIgG) para tratamento agudo, Vincristina, Azatioprina, Micofenolato de Mofetila, Ciclofosfamida, Ciclosporina, Danazol, Leflunomida e, por fim, Esplenectomia, para casos de tratamento de longo prazo ou em casos de reincidência ou ITP refratária. As taxas de reincidência e mortalidade em cães variam entre 9% e 43%
Utilização de pepticorpo em humanos
Durante a última década, novos aspectos e tratamentos foram estudados, obtendo uma resposta ainda melhor no tratamento de Trombocitopenia Imune. É o caso do medicamento de proteína, que se trata de um pepticorpo de 59 kDa que se liga ao domínio extracelular de TPO-R em megacariócitos e plaquetas, ativando os receptores e aumenta a contagem de plaquetas.
Aplicação do medicamento em cachorros
Foi realizado o estudo com o tratamento já utilizado em humanos em cinco cães com Trombocitopenia Imune primária ou secundária, na clínica para pequeno porte da Universidade Livre de Berlim. Os critérios de inclusão foram os diagnósticos primários ou Trombocitopenia Imune secundário com base em registros médicos completos, contagens de plaquetas <150.000/μl e um teste de plaquetas positivo. ITP primária só foi diagnosticada, quando não havia evidência de qualquer outra doença subjacente ou causa que pode ter desencadeado a destruição das plaquetas.
A dosagem para cada cão foi administrada a partir de dados humanos, e era dependente das respostas clínicas.
Tal medicamento é um medicamento licenciado na medicina humana, portanto, não está disponível na medicina veterinária, não havendo a necessidade de aprovação de um comitê de ética. Além disso, todos os cães foram tratados usando terapia padrão (melhores práticas de cuidados veterinários) antes de usar este novo agente.
Resultados
Dependendo da disponibilidade do remédio e do grau de severidade de Trombocitopenia Imune em cães afetados, o tratamento foi inicialmente administrado com uma dosagem de 3–5 μg/kg por semana. Antes do tratamento com o pepticorpo, todos os cães foram submetidos ao tratamento convencional e tiveram uma ou mais recaídas. O tratamento foi ineficaz ou foi interrompido para evitar o desenvolvimento de efeitos colaterais.
Administração de medicação resultou em um aumento da contagem de plaquetas em um período de 3 a 6 dias após o início do tratamento e em 4 dos 5 cães tratados. O outro cão sofria de Erliquiose e hepatopatia, e não respondeu à administração de 5,3 μg/ kg do medicamento. O exame da medula óssea revelou a presença de numerosos megacariócitos.
Um aumento de dose foi feito após os 2 meses seguintes, o cão recebeu primeiro 13 μg/kg e, em seguida, 10 μg/kg após uma semana. Simultaneamente, a prednisona foi administrada novamente devido à deterioração da hepatopatia. Na segunda injeção, foi observado um aumento na contagem de plaquetas. Relatamos aqui uma duração média de tratamento de 13,8 semanas, que estavam variando para cada cão individual. Nenhum dos cães tratados desenvolveram quaisquer efeitos colaterais. Terapias concomitantes ao tratamento, foram gradualmente reduzidas e interrompidas em três cães quando a contagem de plaquetas estava estabilizada. Curiosamente, nenhum dos cinco cães teve uma recaída durante a observação. Além disso, a dose inicialmente administrada pode ser reduzida em quatro casos.
Conclusão
Após análise, conclui-se que o pepticorpo é eficaz no tratamento de PTI em cães, pelo menos tão bem quanto em humanos. Esta descoberta pode ajudar a desenvolver e usar novas terapias para PTI em cães e humanos.
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